segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Tudo em vão

Eu não preciso pescar os peixes que se ofertam ao meu anzol. Lançam-se ao meu poder como se estivessem encantados. Podem estar. Nem sei. No caminho para casa encontro as mariposas que pousam no fundo do meu corpo. São dores de viver sem a certeza de nada. Meu coração se fecha e não quer mais bater. Quer pousar noutros corpos como as mariposas que pousam em mim. Tento reanimá-lo:

- Veja aquela moça! Veja aquele rapaz! Veja aquela criança! Veja aquele velho!

Ele me responde sem ritmo, quase parando:

O que vês é uma reflexão... Sombra em vão, que em você aos poucos se vai.