domingo, 31 de outubro de 2010

Les amours imaginaires

para Hilda Hilst

O amor dele existe no espaço. A simples demonstração de afeto o faz secretar nácar num sorriso, num aceno ou numa gentileza. Esse sentimento flutuante vai e vem na paciência dos dias, reluzindo no bojo de uma garrafa. O tempo passa e ele não esquece.

A cada noite o pensamento escorre pelo seu corpo como uma hemorragia: amanhã sim, ele virá.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Poemas breves

Refletidas na água
as árvores
dançam como odaliscas

***

O Sol no espelho
é laranja
ou vermelho?

***

Grande diapasão
afina o vento
do sim e do não

***

No meio da melodia
do meio-dia
o universo ria

***

Na mata fechada
a noite faz fotossíntese
no escuro

***

Minha loucura é
adestrada
pela esperança de cura

***

Chuva na piscina
A gota cai
e se alucina