terça-feira, 22 de junho de 2010

Espelho

Vejo-me tão belo.
Invertido e equidistante
Da realidade.
A minha face – tela surreal –
Espia-me de lado
Quando me penteio.
Essa parte é minha,
Reconheço-me e esperneio.
Não sei por que ajo assim
Nesse lago profundo eu não sou feio.

Contrasto esse rosto que dizem ser meu,
Dou um salto rumo ao lago,
Tudo branco
Logo depois, vermelho.
Agora sim não me reconheço.
Questão de tempo.
Tudo tem um recomeço.

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